C P. Sou casada há 20 anos e tenho um filho de 13. Há pelo menos 2 anos a dinâmica familiar está bem complicada. Não sei se sou permissiva ou se meu estilo de educar é mais aberto do que o do meu marido, mas sinto que meu filho "joga" com o casal. Sei que no ano passado eu dei brecha para ele (filho) fazer o jogo, mas agora tenho tentado apoiar o meu marido para que o filho saiba que há regras, que os pais têm autoridade, etc.. Porém, o meu filho é muito questionador e um pouco egoísta, até porque é adolescente e filho único. E o meu marido tenta ser firme, mas muitas vezes é mais do que isso, beirando ao autoritarismo. Em resumo, a situação ficou tão ruim que o meu marido foi morar com a minha cunhada e só passa os finais de semana em casa. Só que, se por um lado a "pressão" melhorou, pois eles, de certa forma, disputavam a minha atenção, por outro lado, ficou mais pesado para mim que tenho que lidar com o meu filho praticamente sozinha no dia a dia. Agora, nem um dos dois quer morar junto e eu fico no meio tentando reaproxima-los. Sei que é um dia a dia cansativo e com brigas corriqueiras. Além disso, eu sinto que o meu marido é meio imaturo e nem sempre se posiciona como pai. Enfim, terapia familiar não rola, eles não querem fazer. Você tem alguma sugestão?
Resposta:
Já ouvi quem compare a família a uma empresa: para funcionar bem, a direção (pai e mãe) tem que definir objetivos, se reunir com frequência e tomar decisões conjuntas, partilhando as suas ideias com os restantes elementos (os filhos). Qualquer organização só consegue obter bons resultados se cada um souber o seu papel e executar as suas funções, e se todos rumarem na mesma direção. Quando os próprios dirigentes se desentendem e não chegam a acordo quanto às estratégias, o efeito pode ser desastroso. É assim numa empresa e não será muito diferente numa família.
Importante é sua consciencia da origem dos problemas. Por vezes, os pais nem têm a noção de que estão em desacordo. Procuram apoio porque acham que os filhos estão impossíveis e só depois é que percebem que o comportamento dos filhos é, em grande parte, resultado da desorganização familiar.
Se o pai e a mãe têm pontos de vista divergentes sobre a educação do filho, é importante que dialoguem e se coloquem de acordo, porque a criança compreenderá muito cedo que um dos adultos é mais 'manipulável' e passa a tirar proveito da situação.
O mais significativo é você afirmar que terapia 'não rola'. Parece haver entre vocês três um silencioso pacto de conivência conveniente (consciente ou não ) para a separação.
Se 'não rola' a terapia familiar, o que acha de começar por você, para que descubra como lidar com o problema? Problema muito provavelmente de raizes bem mais profundas do que a rebeldia do seu filho. Ele é apenas o sintoma. Abraço
Aglair Grein-psicanalista
Nossa, como nós mães somos tão bobas, ela mesma já disse, o filho é egoísta, ele não esta nem aí para ela ou para o pai. E separar não será a solução. Ela como mulher? não gosta do marido? Só está pensando no filho. Grande erro. Já cometi e sei.
ResponderExcluir