É a inabilidade de manter e nutrir relacionamentos saudáveis com os outros e consigo mesmo, resultando em relações difíceis, desgastantes ou destrutivas. Na Codependência, nota-se a presença de baixa auto-estima, de expectativas irreais, da falta de bons diálogos, de discussão direta dos problemas, expressão aberta dos sentimentos e pensamentos, comunicação honesta e franca, de respeito às individualidades, de intimidade, de confiança nos outros e em si mesmo.
O termo Codependência teve origem nos estudos e trabalhos da Dependência química e foi atribuído aos familiares, partindo do princípio de que os familiares de dependentes químicos também apresentariam uma dependência, não das drogas, mas emocional, isto é, relacionada a um vínculo doentio que têm com estes dependentes.
Em média, 9 entre 10 pessoas são afetadas pelo impacto da dependência química de um ente querido, número que extrapola o da família nuclear que é formada, em média, por 3 pessoas. Este é o resultado de uma recente pesquisa realizada na cidade de São Paulo, pela UNIAD/Unifesp/Inpad. A pesquisa aponta também que, além da resistência do dependente químico em aceitar o tratamento (52% dos casos), o comportamento/atitude da família (11%) é a segunda maior dificuldade encontrada no tratamento.
Convivendo com sentimentos opressores como tristeza (28%), impotência (26%), dor, angústia, raiva, desespero, culpa, pena, decepção, solidão e medo, a família do dependente químico é grupo de risco para problemas de saúde, no âmbito das doenças emocionais, psíquicas ou físicas. Este impacto corresponde aos vividos por familiares de doentes terminais. Em 34% dos casos, para aliviar o sofrimento, a família procura psicólogos, terapeutas e grupos de apoio.
Posteriormente, notou-se que esta dependência acontece em situações muito além da dependência química.
A maior parte dos codependentes vem de famílias disfuncionais, isto é, que demonstraram significativa fragilidade emocional. E, por serem mais frágeis, contribuíram de forma efetiva para o desenvolvimento e instalação da dependência emocional entre seus membros.
Em geral, a pessoa codependente teve dificuldade de experimentar amor, amparo, aceitação, segurança, razoável coerência e harmonia. Em muitos casos, houve abusos, violência psicológica e até física, rigidez de regras e críticas excessivas. Por isto, desenvolveram sinais e sintomas, como a baixa autoestima, senso de identidade frágil, alta reatividade ou irritabilidade, preocupação ou cuidado excessivo com o outro, perfeccionismo, negação da realidade, uso do sexo para ganhar aprovação (no caso de se relacionar a dois); compulsões nos relacionamentos – às vezes, associadas a outros transtornos compulsivos, como o alimentar, gastos, jogos e outros, além do foco excessivo na realidade do outro, como parceiro afetivo ou filhos, em vez de focar na própria vida. Neste sentido, muitas vezes assumem pelo outro, responsabilidades que a ele pertencem. Isto pode resultar na facilitação da continuidade da doença ou problemática deste outro.
Além destes sinais, o codependente escolhe parceiros ou estabelece relacionamentos deste tipo com pessoas que também apresentam transtornos psicológicos, incluindo outras dependências. Também costumam ter padrões de comportamento como controle excessivo; manipulação do outro; necessidade de agradar (que leva à submissão); compulsão de salvar o outro e/ou autoritarismo. Enfim, apresenta sinais e sintomas que contribuem para padrões autodestrutivos de viver.
Apesar deste quadro clínico ocorrer em ambos os sexos, é notória a prevalência maior no sexo feminino, o que provavelmente se explica pelos condicionamentos culturais a que as mulheres estão expostas desde cedo, ou seja, de colocarem seu foco de interesse maior e valor nos relacionamentos afetivos.
Cada um destes codependentes acredita que é outra pessoa e não ela, a responsável direta pela sua felicidade, passando então a buscá-la fora e não dentro de si.
E como superar a Codependência?
Buscar ajuda pode ser necessário. A primeira questão fundamental é fazer um bom diagnóstico. Não existe qualquer receita rápida para mudar estes comportamentos que têm suas bases na infância. Um modelo de tratamento é o de grupos de mútua ajuda, outro é a psicoterapia e eles não se excluem. Enfim, o importante é começar a dar os passos para cuidar de si mesmo de forma muito amorosa, tendo em mente o objetivo de, ou alcançar relacionamentos saudáveis e respeitosos ou é melhor não tê-los.
[Elizabeth Zamerul Ally]
Excelente artigo!!
ResponderExcluirOLá....
ResponderExcluiramo ler....te seguindo....
espero voltar mais vezes com calma....
beijos...
Letra por letra, me vi aí.
ResponderExcluirAdoro o seu blog
ResponderExcluirAgora entendo muitas pessoas com quem ne relacionei.
ResponderExcluirMuito bom !
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