Sabe o que há de maravilhoso em ter filhos? Não é obrigatório! Isso mesmo, ter ou não ter filhos é uma escolha absolutamente racional. Virar pai ou mãe envolve um enorme compromisso que é responsabilizar-se cem por cento pela vida de uma outra pessoa que, não, não escolheu ser sua extensão, continuação, inspiração ou coisa que o valha.
Ter filhos compreende um projeto e uma tarefa de longuíssimo prazo. Passados os primeiros desafios de cuidar de um bebê, o que envolve noites sem dormir, alterações importantes na rotina de vida, choros indecifráveis, um amor de tirar o fôlego, fraldas sujas, intercorrências de saúde inesperadas, alegrias desmedidas e mais um tanto imenso de outras variáveis que ocupariam páginas e mais páginas de texto, esse bebê vai deixar de ser bebê e você ganhará de presente uma versão de ser humano tão encantadora quanto desafiadora chamada criança.
Crianças são seres humanos na fase mais interessante da vida. Crianças costumam ser inquietas, curiosas, desconcertantemente espontâneas, algumas vezes cruéis, muitas vezes apaixonantes e são um mistério quase completo para adultos que teimam em não admitir que já foram crianças um dia.
Crianças precisam de atenção, de carinho, de cuidados físicos, de autoridade amorosa, de exemplos vivos de comportamento ético, de coerência entre ação e discurso, de um ambiente alegre e saudável para se desenvolver, criança precisa de educação e educar crianças é função intransferível daqueles que se responsabilizaram por ela, seja por vias biológicas ou não.
Educar uma criança não é tarefa fácil, muitas vezes é mesmo exaustivo, tanto do ponto de vista físico quanto emocional e psicológico. Há crianças que necessitam ainda mais de cuidados, justamente pelo fato de serem mais difíceis de se lidar, justamente porque o mundo lá fora terá dificuldades em amá-la e é, exatamente por isso que ela precisa ser amada dentro desse núcleo familiar que ESCOLHEU tê-la.
Não se bate em criança. Nunca. De jeito nenhum. Sob nenhum pretexto. E, não, não pode dar nem uma palmadinha na bunda, nem uma “chineladinha de leve”. Não pode e pronto! Quando o adulto responsável chega ao cúmulo de desejar ferir uma criança, é porque ele perdeu completamente a dimensão da sua missão em relação a ela. O adulto responsável que recorre a gritos, ameaças e agressões (por menores que sejam), passam para a criança a seguinte mensagem: Estou perdido. Não sei o que fazer com você.
Além disso, o fato de descontrolar-se diante de uma criança porque ela está desafiando sua autoridade, seja ela parental, ou não; porque ela parece ter muitas dificuldades para seguir regras ou porque ela teima em descumprir combinados e testar a sua paciência, equivale a ensiná-la que é isso que ela deve fazer diante dos inúmeros e variados desafios da vida.
Educar uma criança requer do responsável que ele sempre se lembre que É ELE O ADULTO da relação. Que criança é um ser em formação e seu comportamento pode ser mesmo difícil às vezes. Corrige-se uma criança com firmeza e doçura ao mesmo tempo, olhando nos olhos, em voz baixa e calma. Corrige-se uma criança, oferecendo a ela meios de transformar seu comportamento a partir de exemplos de conduta estável e coerente. Corrige-se uma criança em particular, nunca na frente dos outros. Corrige-se sem humilhar. Uma coisa é EDUCAR, outra é MACHUCAR ou HUMILHAR.
Portanto, se você fez a escolha de responsabilizar-se por uma criança, entenda de uma vez por todas que essa escolha redefinirá a sua vida, a partir do nascimento, ou melhor, desde a concepção deste bebê. Recolha suas expectativas de trazer uma bonequinha ou um bonequinho para casa e aproveite a oportunidade de fazer vir à superfície a melhor versão de si mesmo, para que essa criança possa se sentir segura, amada e respeitada. E, assim possa ter orgulho dos pais que optaram por tê-la.
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