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Nem tudo o que chamam de amor é Amor.




L.M.-Tenho 49 anos, divorciada há 9 anos. Tive um relacionamento nos últimos 3 anos, que encerrei há pouco, depois de muito suportar. Já que conheci esse homem sabia que não daria certo, mas eu tenho uma necessidade absurda de não estar só e acabei tolerando absurdos só pra dizer que eu tinha alguém. É algo que me consome essa ausência. E eu estou sozinha de novo, tentando fazer coisas que não fazia há muito como academia, massagem, idas ao teatro, ao cinema, comprei vestidinhos novos... mas nada melhora meu ânimo... eu preciso de uma paixão, de um amor pra me sentir viva... é triste, mas eu não me basto! Ao mesmo tempo vou aos lugares e nunca vejo ninguém...Estou me sentindo velha, muito velha... como se a vida já estivesse no fim para mim... e eu não vou despertar interesse de mais nenhum homem.Essa sensação de fim de vida me arrasa.Todo dia tem sido um pesadelo viver. Tenho medo até de respirar...me ajuda, por favor.


Resposta:
Se o amor que desejamos e damos, não o damos a nós também, é outra coisa, mas não amor real. Esse sentimento de abandono tem muitos nomes, como carência,  baixa auto estima, e alguns outros. Quem procura desesperadamente por um parceiro amoroso, ou tolera absurdos para manter um,  não está se amando. Um parceiro sentimental não pode ter o poder ( e nem a responsabilidade) de validar nossa existencia. 
É muito bom se apaixonar, amar e ser amado. A vida fica mais colorida, com mais qualidade.  Mas quando isso é uma necessidade vital, sem a qual a vida perde o sentido, não é saudável. Nem é amor. Quem não encontra realização em si mesmo, também não encontrará no outro.

O vazio que você descreve não será nunca ocupado  pelo homem dos sonhos, ou qualquer outra coisa ou pessoa neste mundo. O vazio é seu, e lhe traz a oportunidade de encontrar em si mesma o que lhe falta. Não se fixe no vazio, mas procure se perceber mais para interromper esse processo depressivo em que está se afundando. Sozinha ou - mais aconselhável - com a ajuda de uma análise ( para encurtar o caminho), poderá ressignificar sua falta, possibilitando uma vida mais plena e livre. Há certamente uma razão para seu desamparo - que pode ser decifrada por meio da interpretação da sua história. Abraço 
Aglair Grein-Psicanalista

Comentários

  1. Quanta sabedoria Aglair. .. Admiro demais o seu trabalho e a sua sensibilidade de compreensão aos sentimentos humanos....

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  2. eu vivi toda essa fase acima....falta de amor próprio ! E com tantos altos e baixos ,com osanos eu aprendia me valorizar mais !!! passei a me amar mais...feito isso o quem estiver ao meu lado, faça o que fizer ,não mais me atinge.

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  3. É... ja vivi uma fase assim e sei que se perder o foco da minha vida que e Deus e o próximo voltarei a esse mesmo fundo de poco. Na verdade o que tenho observado tambem e essa pressão que temos a ter alguém ao nosso lado , principalmente no Brasil isso e muito forte. Estou a alguns meses na Noruega e tenho percebido um jeito novo de ser mulher . Não que ão precisemos de um amor, não e bom estar so. Mas é bom compartilhar vida e para compartilhar vida com outra pessoa penso que voce precisa primeira tê-la e se me permita a doutora Aglair vou discordar pois penso que a satisfacao ela pode encontrar nela mesma mas não somente por que somos seres finitos com sede de eternidade e apartir disso penso que maior satisfacao mais que nela mesma ou no homem pelo qual ela quer se apaixonar esta em Deus e no seu filho Jesus Cristo. Fora disso, voce pode fazer o que voce quiser , ir para onde quiser, bares , teatros, restaurantes e até encontrar o homem perfeito mas isso ainda não te trara satisfacao. Nada mais rico e mais pleno que compreender o amor de Deus e como Ele te ve.Não se deixe opromir pelo que a sociedade espera ou como ela passara a te valorizar mais. Ame-se com Ele amou . :)

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  4. Vá para Itália...tá faltando mulher e sobrando homem :p

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  5. Quem não encontra realização em si mesmo, também não encontrará no outro. É TUDO

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  6. Houve um tempo em que me senti assim, é muito ruim e triste depositar no outro seja lá quem for, a responsabilidade de te fazer feliz, li muitos artigos de Aglair e também encontrei uma palestra de Lair Ribeiro que ajudou bastante.

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