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Na corda bamba




L.R- Tenho 32 anos, solteira, moro há 10 anos com uma familia de parentes, e não sou feliz.Tenho um bom emprego, mas ele não me dá condição para viver sozinha. O que mais me faz sofrer é o sentimento de distancia dos meus pais e irmãos.Lembro que desde muito pequena morei com uma tia, com minha avó..sempre fora da casa dos meus pais. E eu gostava, chorava se ficasse em casa..Tenho saudades deles hoje, encontro as vezes quando vou visitá-los, mas não me sinto eu mesma junto com eles.Implico com manias, discuto, corrijo, critico e depois volto cheia de culpa e saudades.Fora isso, não tenho tido sorte no amor, encontro sempre homens errados, não sei como agir com eles.Tipo, não sei se telefono ou espero a iniciativa deles, não sei se estão afim e me seguro pra não mostrar sentimento e ficar exposta, é uma confusão que prefiro nem entrar nessas.Faz 2 anos que não tenho ninguém e a vida vai passando.Faço planos de mudar, mas não saem dos planos. Acho que não gosto de mim, sabe?



Cara L.R, veja bem que seus sentimentos são confusos e divididos com relação a seus pais e irmãos e também com os parceiros amorosos. Você não se sente "você mesma" em lugar algum ? Isso não acontece por acaso.  Percebo você, pelo que escreve, sem raízes, equilibrada numa corda bamba, sem confiança em si mesma e, por consequência, sem poder confiar nos outros.  Desta maneira fica muito difícil decidir sua vida, em todas as áreas: a escolha de um amor, a mudança para um lugar só seu, um trabalho que lhe propicie a independência financeira, e tudo mais.

Está claro que antes de tudo, para que as coisas aconteçam na sua vida, você terá que se conhecer, procurar no passado as razões da sua insegurança, encontrar um lugar no mundo que você possa ocupar de verdade. Precisa se reconstruir, construindo um renascimento e uma infância  por conta própria..  Como disse alguém , "as pessoas não nascem somente das suas mães, mas dão à luz a si mesmas muitas vezes durante a vida." Procure o suporte da psicanálise para este renascimento.Coragem ! abraço
Aglair Grein-Psicanalista

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