Meu nome é C., tenho 36 anos, sou divorciada e tenho uma filha de 9 anos.Desde que me entendo por gente sofro de TOC. A questão é que de uns tempos para cá a situação começou a se agravar e meu sofrimento tem sido intenso. Repetição de rituais, baixíssima autoestima, enfim sintomas que você deve conhecer pela sua experiência profissional. Fiz uso de medicamentos. Porém, o que realmente queria e quero, do fundo da minha alma, é conseguir viver com mais leveza e plenitude.
Na sua opinião, como devo praticar a terapia comportamental?
Resposta:
O TOC ( Transtorno Obsessivo Compulsivo) é um distúrbio de ansiedade bastante comum, que se caracteriza pela presença de obsessões e/ou compulsões, suficientemente graves para ocupar boa parte do tempo do indivíduo, causando desconforto e comprometendo seu desempenho profissional e suas relações interpessoais. Além do impulso para determinados rituais (organização, limpeza e outros), a pessoa pode ficar refém de pensamentos repetitivos e incontroláveis.
Ao lado da possibilidade de causa por fatores biológicos, fatores de ordem psicológica- como aprendizagens errôneas e crenças distorcidas- adquiridas em razão da educação, da cultura, do meio ambiente, podem contribuir para o aparecimento dos sintomas do TOC e, principalmente, para sua manutenção. É sobre essas causas que a terapia cognitivo- comportamental atua, e seu objetivo é justamente modificá-las.
Os tratamentos mais modernos para o TOC são feitos com medicamentos antidepressivos associados com a terapia cognitivo-comportamental.
Na terapia, além das sessões nas quais recebe informações sobre o TOC e sobre os recursos e técnicas para vencer os sintomas, o paciente faz exercícios práticos junto com o terapeuta, aprendendo a usar os recursos para, depois, utilizá-los em seu próprio domicílio ou local de trabalho. Espero que estas informações sejam úteis e a estimulem a persistir no tratamento. Abraço
Aglair Grein- Psicanalista
Prezada C.,
ResponderExcluirApós ter lido o seu desabafo, me senti na obrigação de te escrever. Tive uma tia que era portadora de TOC e alguns anos após a sua morte, já na faculdade, comecei a namorar um colega de turma e adivinha... portador de TOC. Estamos juntos há 12 anos e posso te dizer que, apesar de eu não ter a síndrome, sei do tormento e da força que vocês, portadores, têm que ter para conviver com ela. Desde quando o meu namorado me revelou ser portador, tomamos a seguinte postura: compramos livros sobre o assunto para nos aprofundarmos, ele começou a tomar medicação e a fazer terapia... A Aglair mencionou, com muita propriedade, a necessidade de um tratamento que envolva medicação E terapia. Uma coisa sem a outra não te dará muitos resultados... Hoje meu namorado se sente mais "confortável" com os sintomas e não tem mais vergonha de falar sobre o problema que o acomete... Sua autoestima melhorou porque ele resolver conhecer o inimigo com profundidade para aprender a se relacionar com ele... reduzindo, e muito, o poder que a síndrome tinha sobre ele... Ele é servidor público e desempenha suas funções com competência... Moral da história: comece um tratamento sério, informe-se e aprenda a conviver com a síndrome... A partir daí sua vida irá melhorar porque vc terá aprendido a conviver com o TOC sem deixar abater por ele... Esse é o meu testemunho... Bjs!! Força!! Fique com Deus!!
gostei muito do seu testemunho..pq hoje etou sofrendo muito...eu tbm não tenho o toc mas meu marido .e sei o quanto sofremos juntos!!ele toma a medicação até melhorou um pouco mais ainda continua com seu rituais...e tem dias que ele tem mais rituais..eu sofro muito por ver ele assim.não sei mais oque fazer para ajudalo!
ExcluirMuito obrigada Simone! Já marquei uma consulta para amanhã com um psiquiatra e estou firme no propósito de melhorar e aumentar a minha qualidade de vida. Vou fazer tudo o que for necessário por mim e pela minha filhinha. Um grande abraço pra vcs!
ResponderExcluirEu tenho TOC desde os meus 13 anos. Hoje eu tenho uma postura diferente em relação a isso. Junto com minha filha, com 7 anos, fazemos terapia com atividades que me fazem superar o TOC... Amei o testemunho e fiquei confiante, mais ainda, de que posso melhorar. Bj
ResponderExcluir