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Dependência afetiva



  F.-   Tenho 36 anos tive um relacionamento que durou 14 anos, nos amavamos muito porém ele me traiu algumas vezes, eu até perdoei, até que na última vez não teve mais como confiar... Fiz inúmeras loucuras porque eu sou do tipo que não aceito perder e quando amo me entrego pra valer! Separada por 2 meses conheci um rapaz e começamos um relacionamento, ficamos 4 anos juntos porém nos ultimos 6 meses fui vendo ele frio e distanciando só que eu não queria enxergar a verdade , até que há 2 meses atrás comecei a cobrar dele mudanças ... Estava me fazendo muito mal. Hoje não sei se amei ou se me apeguei por estar carente e ele ter me ajudado a esquecer o outro... Corri atrás dele, me humilhei, só que ele fala que o amor acabou. E eu deixei de viver minha vida pra viver a vida dele, ele era meu tudo, agora tô sem chão .. sei tbm que fiquei muito dependente dele! Hoje não sei distiguir se o amo ou se sinto falta de alguém do meu lado!  o primeiro me deixou e esse atual me deixou da mesma forma... A dor é igualzinha! Não sei se tento reconquistá-lo ou tento uma nova história!
   
Resposta:
No título do seu e-mail você pergunta: 'Quando nos sentirmos enganados, o que devemos fazer?' Percebo que você está muito perto de saber que é você que se engana. Um lado seu, dependente, se submete a amores emergenciais, contrário a um outro lado, que sabe muito bem  que não é isso que vai fazê-la feliz.

A pessoa nasce dependente de seus pais, mas com o passar dos anos isso tende a mudar.  Ela cresce, desenvolve a autoestima, a autoconfiança e, a partir daí, passa a estabelecer relações que não comprometam a sua individualidade. Ela encontra um eixo em si mesma.Quando não acontece essa transição, fica-se dependente do eixo de um outro.

Assim como o único caminho para o auto-controle na dependência química é reconhecer a própria limitação, para o dependente afetivo também é essencial ter a consciência de que sofre de um transtorno emocional, que pode lhe trazer muito sofrimento. Uma relação torna-se um vício, uma dependência, quando serve para preencher uma dor ou um vazio; quando se exige do outro o que faz falta em si.

Você diz estar em dúvida se deve tentar reconquistá-lo ou tentar um nova história. Nem uma coisa nem outra, agora  Deve, isso sim, começar uma história consigo mesma, conviver com a sua pessoa,  procurar saber de onde vem esse necessidade de outro na sua vida, esclarecer-se, construir um eixo em si mesma, reconquistar-se. Ou conquistar-se pela primeira vez, talvez. Uma boa ideia é uma terapia, que facilita e encurta o caminho. Abraço
Aglair Grein-psicanalista

Comentários

  1. O primeiro passo em perceber que o engano é nosso, pode ser bastante demorado e sofrido....Mas é uma tomada de consciência positiva para os próximos passos. Estou tentando essa reconquista, encontrar esse eixo. Não é fácil! Um excelente dia! Muito obrigada pelas suas publicações. Bjs

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  2. Dá para perceber que e resposta esta em nós o tempo todo..mas descobrir que é mistério complicado isso ...

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  3. Muitas vezes sabemos que o sofrimento que iremos causar na outra pessoa é imenso e, mesmo sabendo qual é nosso eixo, não temos certeza se iremos suportar a "nossa dor" p um novo renascer...

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  4. Com o tempo a dor é tanta...que por nós mesmos buscamos entender isto...a dependência emocional. Eu aprendi isto, buscando me compreender, não é um processo rápido, mas é possível...E aprendi lendo..lendo muito..dialogando comigo mesma, e com certeza as matérias da Dra. Aglair ajudam muito, quem na verdade quer ser ajudado.

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  5. Sou dependente emocionalmente de todos, não só de amor entre homem e mulher. Acho que estou com a auto-estima baixa, estou naquela : ninguém me ama, ninguém me quer. Tenho medo de ficar totalmente sem amigos, filhos, parentes...é um sentimento novo e atual, nunca senti isso. Ajude-me!

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  6. Falar em cura de todo processo dinâmico de Dependência psíquica seja ele qual for é algo extremamente subjetivo, no meu entender a possibilidade de equilíbrio dessa compensação, no caso da dependência química essa "cura" por ser um fuga de eu da mais intensas, não acredito em cura pois não a reversão plena dessa condição.

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