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Pânico: O medo de sentir medo

L. - Antes de tudo, quero que você saiba que não está sendo nada fácil escrever este e-mail.
Há alguns anos atrás, comecei a sentir umas coisas bastantes desagradáveis em meu corpo, sensação de desmaio, sensação de medo,dores musculares, palpitações, ansiedade, e a partir daí, comecei a abdicar de muitas coisas em função dessas sensações desagradáveis.
No início procurei um cardiologista o qual diagnosticou que eu não teria nada do que imaginava, eu tinha quase que certeza que estava com problemas no coração...Fiquei bastante aliviada com o diagnóstico; porém, os sintomas não foram embora, pelo contrário, pioraram a ponto de eu não querer mais nem sair de casa e fazer tudo aquilo que eu sempre gostei de fazer.Com isso, sempre que preciso estar em algum lugar tipo igreja, salas fechadas ou lotadas enfim...já fico ansiosa, chego a ficar com as mãos geladas, não me concentro direito e sempre estou dando desculpas para sair destes lugares. Minha mente fica uma confusão só!


Resposta:
Antes de tudo quero lhe dizer que não tenha vergonha de sofrer. Só não sofre quem não está vivo. Procure se valer do sofrimento para entrar no caminho da cura e encontrar uma solução para seu desamparo. O medo é um meio de descobrir o que precisamos encontrar. É bom lembrar que aquilo que tememos nem sempre tem poder sobre nós, mas o medo sempre tem.

Nos transtornos de ansiedade - que tem graus variados  - de ansiedade generalizada  a ataques de pânico - o corpo reage como se estivesse frente a um perigo, porém não há nada fora que possa justificar esta reação. Os 'gatilhos' são internos e incontroláveis.
As crises consistem em períodos de intensa aflição, geralmente com início súbito e acompanhados por uma sensação de catástrofe iminente. Os sintomas  são sudorese, taquicardia, sensações de desmaio, sensação de estar ' fora do corpo', sensação de morte iminente, além de outros.

É comum a pessoa passar a restringir a sua vida a um mínimo, como ocorre com você, limitando toda forma de estimulação para tentar evitar que "aquilo volte". É o medo de sentir medo. 

É importante buscar tratamento no início dos sintomas para evitar que a situação evolua para graus mais limitadores. Um tratamento eficaz vai além da medicação (nem sempre necessária) para controlar as crises, e implica em investigar e agir sobre os processos responsáveis pelo início, manutenção e recaída na crise. A psicoterapia faz isso em tempo relativamente curto. E, na minha experiência clínica, na grande maioria dos casos, há total remissão dos sintomas. Não espere mais, procure ajuda. Abraço

Aglair Grein- Psicanalista



Comentários

  1. Todos los artículos son muy interesantes. Gracias !!!

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  2. Enfrentar os sintomas, procurar desvenda-los, se tratar é essencial. O fingir que não é nada, nos leva a crises monstruosas. Beijo e melhorar.

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  3. Medo, um inimigo constante em minha vida.

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  4. Queria ter domínio sobre o medo...

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  5. Infelizmente, eu sei o que é isso... Há poucos meses sofri esses horrores do transtorno de ansiedade... viver sem conseguir controlar seus medos é bem pavoroso mesmo... Descobrir que somos frágeis é bem triste, mas nos torna mais humanos e nos ensina valorizar mais a vida...

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  6. Assim é minha vida à muitos anos. As vezes estou mais controlada com os sintomas, porém nunca totalmente livre.

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  7. Vivo um pânico, meio diferente ou não saiba de alguem que tenho, mas não comento comp ninguém, as vezes sou chamada de chata , mas prefiro ser chamada assim , do que enfrentar os preconceitos, me sinto melhor assim são preconceitos do mesmo jeito mas menos doloros.

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  8. Tenho medo incontrolável de perdera amizade de algumas pessoas, sei que isso é normal, mas o medo que tenho fica me atormentando o tempo todo e sei que isso não é normal. Ajude-me!

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