O inconsciente, em psicanálise, não é o mesmo que o contrário da consciência.
É o que traz o selo das palavras escutadas na infância, dos significantes primordiais que marcaram o sujeito desde que ele nasceu, que tem relação com sua história familiar, com os costumes e o discurso de sua família, pois assim como os traços genéticos, eles também são transmitidos através das gerações.
Sendo o Inconsciente um saber não sabido, um saber que o sujeito tem mas que não está acessível para ele conscientemente, ele necessita de um Outro - o analista – que o escuta e marca em seu discurso onde ele tropeça, o que ele repete e as “sabotagens” que se faz. E o sujeito consegue decifrar em análise seu sintoma, descobre a causa de seu sofrimento, o porquê de suas repetições, das rupturas dos laços afetivos, do uso de entorpecentes, das escolhas desastrosas, das doenças repetitivas, etc. A análise possibilita que o paciente elabore um acontecimento, assim deixará de ser dominado pela repetição, o que muitas vezes é entendido como destino .
Na análise, o analista escuta algo além da intencionalidade, pois é no registro do inconsciente que ele opera, escuta aquilo que na palavra do sujeito o trai, o que lhe atravessa. “É como se as palavras pulassem de minha boca, mas não era o que eu queria dizer”, disse um paciente. Ora, é exatamente o que ele queria dizer, porém não sabia que o queria. E saber sobre isso lhe abre uma nova perspectiva, pois poderá fazer algo diferente a partir dessa descoberta. Assim poderá se colocar como senhor de suas escolhas e não mais atribuirá ao outro ou ao destino o que lhe acontece.
[Via Escuta Analitica]
amei essa explicação ! ficou muito claro o que acontece .
ResponderExcluirDra tive mtos traumas na infância e não foram resolvidos, na idade adulta teve uma reflexão enorme...as vezes penso que não irei me libertar deles.
ResponderExcluirAglair, eterna gratidão por sua contribuição em nossas vidas. Você é linda! Grande abraço,
ResponderExcluirMuito boa a orientação ...
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